sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Madrugada quente

Psicose Nova-Iorquina - Capítulo III

Sai do restaurante na sexta mais cedo. Provavelmente com Alana viajando, Átila iria me ligar para irmos a algum lugar, já que com ou sem ela não deixamos de sair nunca. Eu fui dar uma volta e fui em algumas lojas atrás de um vestido básico, mas que ficasse legal em mim. Estava caminhando e meu celular tocou:
- Oi Átila.
- Mel, amanhã nós vamos sair.
- Eu estava esperando você dizer isso. Estou procurando um vestido barato para comprar. Onde vamos?
- Não sei ainda, mas estou avisando.
- Balada?
- Talvez.
- Beleza. Achei uma loja aqui, vou entrar e provar roupas. Depois nos falamos, beijo.
- Tudo bem, beijão.
Entrei na loja e comprei o vestido. Era lindo. Tinha um pouco de brilho, mas não era seda. A cor era fantástica, grafite. Era um tomara que caia colado ao corpo, curto e marcante.
Fui para casa, estudei um pouco física e me cansei. Dormi. Acordei sábado por volta das onze horas. Sábado era meu dia de folga, então eu não fazia nada o dia todo. Passei meu vestido e deixei no cabide enquanto procurava meu secador. Estava cuidando da minha pele quando liguei para o Tilanga:
- Decidiu onde vamos?
- Pancha
- Ótimo!
- O que você está fazendo?
- Cuidando da minha aparência.
- Af, garotas.
- Tenho que ficar bem lindona, pare de reclamar. Ah! Passe aqui as 9.
Desliguei e fui tomar banho. Como o dia passou rápido. Olhei no relógio que já marcava oito e cinco. Sai do banho, coloquei um roupão e fui fazer uma maquiagem caprichada. Coloquei o vestido, minha ankle boot, acessórios, passei perfume e escutei o carro buzinando.

- Estou levando uma chave e não sei que horas volto mãe, tchau!
Entrei no carro e nós fomos. Chegamos e entramos. Nossa, estava lotada aquela boate. O DJ tinha um som muito legal e assim que pegamos um drink fomos dançar. Aquela música, aquela luz, tudo era demais! A cada minuto eu tinha vontade de dançar mais ainda, como eu curtia uma balada. Percebi que um rapaz me observava a noite inteira, mas não liguei muito para ele. Eu estava ali para curtir e queria que todos se lascassem afinal, aquela era minha noite. Dançamos até altas horas e saímos de lá quando o sol quase nascia, até que um rapaz chegou até mim:
- Eu te vi dançando a noite toda e te achei muito atraente. Se você quiser sair fim de semana, é só me ligar.
- Pois é, percebi. Fiz cara de desdenho e quando me dei conta, ele estava me agarrando, estava tentando me beijar. Eu não estava bêbada, estava alegre e sabia muito bem o que eu estava fazendo e o que ele estava fazendo.
- Ei, não te conheço para você chegar me agarrando!
- Só um beijinho custa alguma coisa, gata?
- Não quero!
Eu empurrava ele, mas ele me apertava e aquilo já estava me irritando. Átila percebeu que ele não me soltava, desceu do carro e veio para cima dele.
- Amigo, ela já disse que não quer. Não quero arrumar confusão contigo, mas se você não soltar a coisa vai engrossar pro teu lado!
- Alá, a moça não aguenta brigar é?
É, ele não devia ter dito isso. Átila o empurrou e finalmente ele desgrudou de mim. Quando eu menos esperei, ouvi o barulho de um soco. O carinha já estava com as mãos no rosto enquanto entrávamos no carro para sair daquele lugar. O Tilanga não era violento, confesso que fiquei surpresa com a reação dele. Fiquei em silêncio por alguns instantes até que resolvi dizer algo:
- Não precisava ter batido nele, ele ia me largar.
- Se eu deixasse você lá, ele iria fazer coisa pior Melina, pode ter certeza!
- Valeu Átila, valeu irmão. Devo essa.
- Relaxa gatinha.
Ele sorriu, dei um beijo no rosto dele e fui para casa.

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