terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Não Condiz com a Realidade

Escola pública, violência dentro da própria casa, filho daquele homem cujo pouco dinheiro que ganha é gasto em bebidas, mulheres e drogas. Garoto que por muitos não é considerado “cidadão de bem” pelo fato de andar com aqueles marginais, aqueles “favelados” assim chamados pelos influentes e imponentes da classe média.
Crescendo na favela, sendo olhado com olhos que discriminam, olhos que julgam, olhos que sentem dó, pena, piedade. Dó, pena, piedade? Esse garoto não quer nada disso. O garoto só quer trabalhar, viver sua vida, crescer, ser um “cidadão de bem”. Porque a sociedade não dá oportunidade a um garoto que já usou drogas assim como o pai ou que já teve breve passagem pela Febem? Ser um ex-detento e um ex-drogado não significa muita coisa. As pessoas mudam, o mundo sofre uma metamorfose ambulante e a velha opinião formada sobre tudo se torna diferente a cada dia que passa.
Por incrível que pareça, século vinte e um e ainda convivemos com essa distinção errônea, que antes mesmo de conhecermos as pessoas, se faz presente. Noticiários, fofocas, os jornais que circulam em grandes quantidades pelas cidades, capitais, retratam isso tudo e essa informação toda daria uma triste crônica, que choca o cidadão depois de lida. Diz a canção que é pau, é pedra, é o fim do caminho, é um resto de toco, é um pouco sozinho e isso não é nada demais, é a realidade que se passa pela cabeça daquele garoto, aquele garoto que lamenta o descaso da sociedade para com aquele lugar.
Situação rotineira, triste cotidiano que assombra a cabeça não só do garoto, mas de milhares de pessoas que possuem o mesmo ritmo de vida dele. Isto é apenas uma história boba, de alguém que escreveu baseado em outras histórias. Mas pelo menos esse alguém entende que isso tudo não é ficção, é a triste realidade que aos olhos de uma autoridade, de um governo passa despercebida.
Por: Ana Carolina M.

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