segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Uma cartada mortal

Por que ela não me vê? Por trás destes óculos há um sujeito honesto. Estas espinhas dizem apenas que sou um jovem tolo, gozado por muitos (praticamente todos aqueles que estudam comigo), mas que dará a volta por cima, nem que para isso eu precise marcar minha identidade e lacrar todo um passado construído sob um alicerce muito bobo e inocente. Quanto menos ela e todos esperarem, vingar-me-ei.
Eis que chega o dia do baile. Minha mãe já me perguntou com quem irei à festa e eu menti para que ela não tivesse o prazer de ser mais uma das pessoas que só me diminuem. Assim que adentrei o salão, muitos já dançavam e eu a vi, tão bela (mas tão ignorante) pegando uma bebida. Apenas sentei e quando todos me cercaram, lá estava ela, rindo junto com aqueles miseráveis da minha cara. Fiquei observando-os enquanto meu cérebro pensava na noite de gala daquela pobre jovem.
Passados muitos anos após esse episódio, lembro-me como se fosse hoje da expressão de cada um. Recostei-me na cadeira de meu escritório e em meio as minhas lentas baforadas fazia algumas poucas anotações em uma prancheta que segurava. Eu não tinha pressa, portanto fumava e tomava um gole do meu uísque barato. Fechei meus olhos por alguns segundos aproveitando a má iluminação e a baixa temperatura daquele ambiente e, ouvindo a chuva cair lá fora, o “filme da perfeição” rodou novamente em minha mente. Ao perceber que o meu sonho tornar-se-ia real, eu sorria, ria e gargalhava. Mal podia esperar pela hora da vingança.
Na noite seguinte, a chuva não havia cessado, mas nem que o mundo caísse a meus pés eu desistiria daquele doce plano. Entrei no carro e joguei no bando ao lado uma bolsa e minha prancheta. Acendo um cigarro e esperei o primeiro horário, embaixo de uma árvore nas proximidades do trabalho dela. Eu sabia que naquela quinta-feira ela passaria na lavanderia pegar algumas peças, portanto me dirigi até lá e esperei por ela. Assim que se foi, seguiu rumo à cidade vizinha onde morava. Quando percebeu que eu a seguia, desviou para uma pequena estrada e foi então que ela acelerou na chuva, perdendo o controle do veículo. Rapidamente, desci do carro e dei um pouco de cor àquele dia chuvoso. Dei a cor mais bonita que possa existir, um vermelho cintilante de ódio. Um tiro foi o suficiente. Voltei ao carro e fugi.
Hoje, sinto-me realizado, pois atingi um grande objetivo e se alguém, daquela rodinha, aparecesse no meu caminho, eu faria tudo novamente. Tomei mais um gole do uísque que havia na garrafa, fechei as anotações, joguei-as pela janela e ao som da minha música preferida segui a estrada, rumo a qualquer lugar longe daquelas lembranças.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Na trilha do caos

Um “vai-e-vem” incessante de carros, buzinas, pés nos retrovisores, muitas luzes piscando ao mesmo tempo e sendo cortadas por motocicletas. Se visto de cima, uma trilha de formigas, mas chegando bem perto... é só congestionamento. Vivemos em uma época onde locomoção rápida e eficaz é preciso, mas qual é a realidade do trânsito brasileiro?
Pesquisas apontam quem em muitas cidades, o número de conduções já ultrapassou o número de habitantes e isso é um péssimo dado, pois em meio à má infra-estrutura de ruas e estradas, em meio à tanto desrespeito e impaciência dos motoristas para com as leis de trânsito, ir de um lugar até outro por menos que seja a distância torna-se uma missão.
Mas podemos lembrar que o caos não é somente por parte dos veículos; muitos pedestres e ciclistas ainda desconhecem suas respectivas regras e, portanto, abusam, colocando em risco sua própria vida e a vida de muitas outras pessoas que estejam circulando. A falta de fiscalização das autoridades agrava o problema.
Portanto, a questão da péssima qualidade do trânsito brasileiro é um conjunto, onde todos fazem disso um verdadeiro pesadelo que poderia ser amenizado se cada um fizesse sua parte, uma pequena parte que fosse e assim, todos teriam mais tranquilidade, mais segurança e algo a menos para se preocupar.

Um mundo tão pequeno para distinções tão grandes

Discos de vinil trocados por aparelhos portáteis; The Who e Beatles dividindo prateleiras com Lady Gaga; o autoritarismo contra a liberdade. Embora todas essas adaptações sejam claramente perceptíveis, há uma que muitas vezes acaba se tornando indireta aos olhos dos antigos “caras-pintadas” e dos modernos jovens da contemporaneidade: o convívio social e o conflito de gerações um pouco distintas.
Não é de uma hora para outra que nossa vida sofre um revés. No tempo de nossos avós e bisavós, a forma com que as pessoas foram educadas e criadas era totalmente rígida. Tecnologia? Digamos que tenham sido importantes desenvolvimentos tudo aquilo que foi criado, modificado em épocas passadas. Um estilo de vida muito mais tranquilo se comparado aos dias atuais.
Parece até de outro planeta, principalmente para nossos antepassados, o fato de que se pode ver TV por um celular e carregar um computador dentro da bolsa para cima e para baixo. Entender como é o mundo nesta geração acaba ficando difícil, porque são tantos botões que nossos velhinhos se perdem, irritam-se com tamanha praticidade (incompreensível).
O segredo para que as gerações entrem em comum acordo e possam viver da melhor maneira possível parece simples, mas é um pouco complicado. Se as pessoas tivessem um pouco mais de paciência ou até um pouco mais de compreensão não haveria um choque, uma divisão tão destacada entre o velho e o novo, ou melhor: entre o que foi dito e o que foi aperfeiçoado.

"Pátria amada Brasil". Onde fica esse amor?

Pior do que peste negra, dizimadora da dignidade de um país todo e totalmente desrespeitosa. Não estamos falando de uma doença (ou estamos?) nem de um criminoso gravemente condenado à pena máxima, mas estamos falando de um mal que atingiu nosso país em tempos distantes e ainda atinge: a corrupção.
Todos nós cidadãos lemos em jornais e revistas e vimos na TV histórias já conhecidas de corrupção, mas será que os políticos não percebem a gravidade do erro que estão cometendo? Se voltarmos ao passado, perceberemos que o problema surgiu desde que nosso país foi “descoberto”, através dos portugueses que roubaram nossas riquezas e enganaram os índios.
É lamentável saber que tanto dinheiro roubado, quando descoberto, só sai e nunca retorna aos cofres públicos, impedindo mais investimentos, desenvolvimento e melhorias no país dos justos e dos corruptos. Quem paga por isso? Nós cidadãos que devemos pagar impostos e demais tributos cara vez mais abusivos.
Portanto, deveria haver uma maior fiscalização da hora de alguma autoridade se envolver com o nosso país e deveria fazer mais força de expressão da população, com voz mais ativa que impeça absurdos como esse. Se essa situação continuar, nosso pais será o primeiro com certeza: o primeiro mais corrupto, o primeiro mais desigual.

Um "bê-a-bá" cada vez mais complicado

Percebemos que se passou o tempo em que a palavra dos pais ou responsáveis era a última e ponto final. Em nossa sociedade atual, os jovens (cada vez mais cheios de explicações e artimanhas) “driblam” os pais a fim de conseguirem o que querem, enchendo suas justificativas e razões de pontos e vírgulas, tópicos ou porquês. No meio dessa “gramática” toda, onde vão parar os limites?
Ao retomarmos o passado, percebemos que desde antes os jovens queriam cada vez mais impor seu direito de liberdade (ou rebeldia?!), como por exemplo no Festival de Woodstock onde o lema era “sexo, drogas e rock’n’roll”. Não só ligado a isto, mas outro meio de influência para os jovens é a mídia, que sugere atos de rebeldia aos filhos passando muitas vezes despercebidos aos olhos adultos.
Outro fator que podemos citar pode ser relacionado à má estrutura familiar. Se a convivência entre os próprio pais ocorre em torno de muitas brigas e discussões, entende-se que não há respeito, muito menos autoridade. São nessas horas que os jovens fazem o que bem entendem. Um ponto muito delicado e que vale ser lembrado é a questão afetiva. A falta de cuidado, carinho e amor é muitas vezes o que justifica delinquência e irresponsabilidade da juventude para muitos.
Portanto, a melhor forma de estabelecer ou até mesmo controlar os limites sem que haja autoritarismo excessivo ou permissividade demasiada é por meio da conversa, do respeito e das responsabilidades dos adultos não só como pais, mas como amigos e educadores e dos jovens como filhos que compreenderão o fato de que para tudo há um momento apropriado, um limite, um porquê.

Reprovada

Embora tenhamos tantos recursos capazes de gerar energia, o Brasil quer porque quer se espelhar no que é mais arriscado, mais complicado e cheio de controvérsias. Por que construir usinas nucleares em um território extremamente rico em opções?
Talvez a ideia de construção de usinas nucleares no Brasil não seja tão boa pelo fato de termos condições (geograficamente falando) para produzirmos energia proveniente da água, do sol, do vento (entre outras) ou até melhorarmos tecnologias em torno da produção de energia com estas propostas já existentes.
Outro ponto negativo acerca da energia nuclear envolve economia e qualificação, ou seja, não compensaria para nosso país implantar essa forma de produção de energia, pois haveria necessidade de importar um material todo especial para a construção das usinas, técnicos extremamente qualificados, isso tudo sem contar com os riscos à humanidade em se tratando de acidentes com as usinas (embora sejam ínfimos, eles existem e não podem ser desconsiderados).
Portanto, o Brasil deveria se satisfazer com esta pátria privilegiada e suas fontes energéticas. Aparentemente, compensa muito mais investir naquilo que já se encontra em andamento e naquilo que pode dar certo do que se atrever a fazer algo “diferente dos padrões”.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

“Adeus ano velho...”

(...) “feliz ano novo, que tudo se realize no ano que vai nascer, muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”. Não é assim que as pessoas cantam à meia-noite do dia 31 de dezembro? Bem, hoje a postagem não é exatamente textos e contos como escrevi durante o ano todo, mas inclui o “eu”. 2010 foi um ano cheio de reviravoltas, cheio de surpresas, cheio de conquistas (ou quase conquistas). Foi o ano da surpresa e da superação para muito, foi o ano do perdão para outros, foi o fim de uma corrente e o início de uma nova sequência. Foi um ano de muita emoção a cada vida resgatada, a cada gol balançando a rede, a cada voto contado. 2010, apesar de todas as suas alegrias, também teve seus momentos trágicos, momentos ingratos que deixaram todos desesperados, com vontade de atravessar a tevê e poder ajudar, seja de qual forma fosse. Eu, Ana Carolina, tive todos esses momentos e até alguns a mais, mas quero compartilhar aquilo que foi marcante para mim. 2010 foi um ano sem expectativa nenhuma no começo, um ano como outro qualquer, mas pelo decorrer das horas, dias e meses percebi que passou incrivelmente rápido, assustador até. Pensei em parar de escrever, mas quando a luz estava quase apagada eu decidi não deixar isso acontecer. Fiz melhor do que não deixar a luz apagar, fui em frente, tomei decisões de uma hora para outra e comecei a fazer aquilo que parecia impossível, mas que era tão simples. Superei alguns medo (não todos, alguns), tagarelei mais do que poderia ter dito, coloquei-me em situações tensas que no fim me ensinaram lições, conheci pessoas maravilhosamente adoráveis as quais quero levar comigo por muito tempo. Ainda neste ano, decidi mudanças que serão realizadas amanhã, não exatamente amanhã, mas a partir daquela data. Tentar, essa é a palavra da vez. Gostaria muito de obter sucesso em tudo aquilo te tentasse fazer, mas se não conseguir, eu tentei e ninguém vai poder falar “mas você nunca tentou”. Só que calma, também não vou sair correndo pelas ruas dizendo “agora eu mudei e ninguém segura”, não é isso. São mudanças cotidianas, mudanças de hábitos que podem ajudar, seja na escola ou até mesmo como pessoa. Minhas expectativas para o Brasil e o mundo? Hum, queria muito, mas muito que a violência no Rio de Janeiro diminuísse, foi chocante ver todas aquelas imagens acontecendo, parecia um filme de ficção, uma aventura policial e estava acontecendo bem debaixo de nossos narizes, chocante. Queria também que a poluição diminuísse, coitada da natureza. Queria mais paz, aqui e no mundo todo, do fundo do coração; queria mais Deus no coração de cada um, mais fé para eu e para todos. Enfim, queria agradecer a todos que leram meu blog durante este ano, agradecer aos elogios e as críticas e queria desejar a cada um um ótimo ano novo, um feliz 2011 cheio de conquistas, repleto de alegria e diversão. Que 2011 venha com tudo, irradiando energia positiva e tudo de melhor! Um beijo a todos vocês e mais uma vez, muito obrigada.